terça-feira, 6 de novembro de 2012

A sinceridade do Gaspar


“Serão precisas décadas” para baixar a dívida pública portuguesa. Esta declaração do nosso tão adorado ministro das finanças tem marcado o dia de hoje.
Impressionante a perspicácia deste homem e de todos aqueles que o rodeiam, eu nem me contenho de alegria ao saber que temos pensadores tão inteligentes neste pequenino país, mas tenho a dizer-vos que já andava desconfiado que a coisa não ia lá com meia dúzia de apertos, porque se pensarmos bem os gastos exagerados não foram durante um ano ou dois, mas sim durante anos de governação desgovernada e pouco sábia, eu diria mais, foram 38 anos de governação medíocre para não dizer de merda.
Ora se pensarmos bem, no tempo do outro senhor, dizem aqueles que sabem, as coisas eram complicadas, muito complicadas, mas uma coisa é certa ninguém ouvia falar em dívida pública nem austeridade muito menos em troika, é certo que as ditaduras já estão fora de moda, mas não me parece o mais correcto entrar numa de “fashion” da pobreza.
Sem enumerar os governos pós 25 de Abril, parece-me á minha pessoa que todos eles têm culpa no cartório, portanto posso concluir que também a eles se deve explicações. Na minha opinião, que vale tão pouco, poderíamos por começar a sentar no banco dos réus os principais envolvidos, desde o senhor Spínola ao Cavaco Silva, passando por um dos piores exemplos políticos portugueses, Sr. Mário Soares, assim como todos os envolvidos nos seus governos.
Só em Portugal é que se rouba um país de trabalhadores e não se é acusado, mas tenho de concordar que esta minha ideia não levaria a muito, a justiça está sempre a favor dos mais audazes (financeiramente), triste país este, país de corrupção e falta de civismo.
Voltando ao tema que move a ponta dos dedos, um dia ouvi alguém dizer “Roma e Pavia não se fizeram num dia”, e este sábio provérbio é como que uma luva para a situação actual de Portugal. Se levamos 38 anos de más políticas, incluindo 5 anos de políticas de merda, como é que os meus caros amigos gostariam de ver saldada uma dívida que ascende já os 120% do PIB nacional, pois é, cheira-me que ou eles tentam enganar o povo com falinhas mansas ou eles chumbaram no exame nacional de matemática, sorte a deles que obtiveram equivalência.
Eu até que engraço com o Sr. Victor Gaspar, acho que o homem até tem perfil para a coisa, o problema dele é que estava no sítio errado á hora errada, que é como quem diz, uns dez anos antes e este senhor teria sido um Deus cá em Portugal.
Confesso que no início desta historia de crise e de austeridades para cá a para acolá eu achei por alguns tempos que este país iria ultrapassar este acontecimento em 5 ou 10 anos, no entanto e com grande pena minha, não me parece um desejo concebível e a coisa é capaz de demorar um bocadinho mais, mas não há como esperar, comendo umas tostas e bebendo água para empurrar, pois não vai ser fácil sobreviver de outra maneira.
Senhor Gaspar, gostei muito da sua sinceridade contudo, achei desprovida, assumindo que a vós de todos os portugueses, NÓS JÁ TINHAMOS PERCEBIDO. Contudo aplaudo o seu esforço e dedicação, apenas gostaria que influencia-se os seus companheiros de secretária a fazer o mesmo, dar a cara e assumir culpas porque não foi eu de certeza que gastei 189.731.044.443€.
Fiquei agora a pensar nos 38 anos de governação pós 25 de Abril, e acho que é caso para se dizer, “mudam-se as moscas mas a merda é a mesma”.

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