“Serão precisas décadas” para baixar a dívida pública
portuguesa. Esta declaração do nosso tão adorado ministro das finanças tem
marcado o dia de hoje.
Impressionante a perspicácia deste homem e de todos aqueles
que o rodeiam, eu nem me contenho de alegria ao saber que temos pensadores tão
inteligentes neste pequenino país, mas tenho a dizer-vos que já andava
desconfiado que a coisa não ia lá com meia dúzia de apertos, porque se pensarmos
bem os gastos exagerados não foram durante um ano ou dois, mas sim durante anos
de governação desgovernada e pouco sábia, eu diria mais, foram 38 anos de
governação medíocre para não dizer de merda.
Ora se pensarmos bem, no tempo do outro senhor, dizem
aqueles que sabem, as coisas eram complicadas, muito complicadas, mas uma coisa
é certa ninguém ouvia falar em dívida pública nem austeridade muito menos em
troika, é certo que as ditaduras já estão fora de moda, mas não me parece o
mais correcto entrar numa de “fashion” da pobreza.
Sem enumerar os governos pós 25 de Abril, parece-me á minha
pessoa que todos eles têm culpa no cartório, portanto posso concluir que também
a eles se deve explicações. Na minha opinião, que vale tão pouco, poderíamos por
começar a sentar no banco dos réus os principais envolvidos, desde o senhor
Spínola ao Cavaco Silva, passando por um dos piores exemplos políticos portugueses,
Sr. Mário Soares, assim como todos os envolvidos nos seus governos.
Só em Portugal é que se rouba um país de trabalhadores e não
se é acusado, mas tenho de concordar que esta minha ideia não levaria a muito,
a justiça está sempre a favor dos mais audazes (financeiramente), triste país
este, país de corrupção e falta de civismo.
Voltando ao tema que move a ponta dos dedos, um dia ouvi alguém
dizer “Roma e Pavia não se fizeram num dia”, e este sábio provérbio é como que
uma luva para a situação actual de Portugal. Se levamos 38 anos de más políticas,
incluindo 5 anos de políticas de merda, como é que os meus caros amigos gostariam
de ver saldada uma dívida que ascende já os 120% do PIB nacional, pois é,
cheira-me que ou eles tentam enganar o povo com falinhas mansas ou eles
chumbaram no exame nacional de matemática, sorte a deles que obtiveram equivalência.
Eu até que engraço com o Sr. Victor Gaspar, acho que o homem
até tem perfil para a coisa, o problema dele é que estava no sítio errado á
hora errada, que é como quem diz, uns dez anos antes e este senhor teria sido
um Deus cá em Portugal.
Confesso que no início desta historia de crise e de
austeridades para cá a para acolá eu achei por alguns tempos que este país iria
ultrapassar este acontecimento em 5 ou 10 anos, no entanto e com grande pena
minha, não me parece um desejo concebível e a coisa é capaz de demorar um
bocadinho mais, mas não há como esperar, comendo umas tostas e bebendo água
para empurrar, pois não vai ser fácil sobreviver de outra maneira.
Senhor Gaspar, gostei muito da sua sinceridade contudo,
achei desprovida, assumindo que a vós de todos os portugueses, NÓS JÁ TINHAMOS
PERCEBIDO. Contudo aplaudo o seu esforço e dedicação, apenas gostaria que influencia-se
os seus companheiros de secretária a fazer o mesmo, dar a cara e assumir culpas
porque não foi eu de certeza que gastei 189.731.044.443€.
Fiquei agora a pensar nos
38 anos de governação pós 25 de Abril, e acho que é caso para se dizer, “mudam-se
as moscas mas a merda é a mesma”.
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